segunda-feira, 19 de outubro de 2009

UMA PEQUENA ESTÓRIA


Um dia o sol risonho fez você brotar como simples plantinha na imensidão de um jardim de pedras lapidadas.

Mas você não se importou, e buscou naquele cantinho de areia, o suficiente para se alimentar de amor e beleza e encher de pureza os olhos de quem por ali passasse.

Balançou com o vento que não lhe vinha direto, e sim por coincidência.

Matou a angustia e alegrou aquele cantinho de quintal.

-Vou ser flor alta, mais alta que este muro, para que pessoas tristes da rua também possam me ver e me escutar no meu contagiante silencio.

E foi, amou e chorou com tristezas que lhe impunham!

-Por que não se amam, como eu os amo?

Entristeceu e se envergou. Já não via mais aquele povo, morreu. Mas o amor que cultivou brotou nas sementes, para que linda flor nascesse... de novo...

CHEIRO DE MAR


Anoitece
Você entra
Eu entro
-Tá escuro aqui!
-Deixa assim!
Encontro teu lábios,
Que quentes
Me enlouquecem
A alma estremece...
O teu?
Quero
E espero
Sua roupa cair nos meus pés
Tocar
Sentir
Não sei o que será
Quero roubar o teu cheiro
de mar
Não sei o que virá
Já não sou mais um..eu
Eu quero ser você
Sentir você e estar junto
Mais perto que o seu sentimento
Eu quero é “ser”, dentro do seu pensamento.
Fui
E adormeci...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

DESABROCHAR (PARA JANA E GEISA)


Duas sementes,
Duas flores a brotar,
Dois sorrisos ardentes,
Duas surpresas no olhar!

Acordam de repente.
O Sol arde.
Dá brilho ao dia...
O rio reflete suas imagens!

Olhar as águas e ver
Silhuetas a bailar.
A corrente que trêmula
As sombras que se esvaem...

A água, no doce correr,
O vento a musicar,
Folhas a aplaudir,
A maestria do lugar.

D’ onde nasce tanta beleza?
Acontece sem penar,
Na clareza da magia
Onde deito o meu olhar!

São duas meninas
Que juntas fazem sorrir.
Destino escrito com mãos firmes,
E certezas claras...
A caminhar!

As lembranças que as tornam inocentes
Deixam por par, uma bela visão.
Eu estive perto quando brotaram,
Meninas de muitos sonhos,
Que continuam a sonhar.

sábado, 19 de setembro de 2009

“RAQUEL" Musica e letra: Miro Fernandes


Eu que acreditei que o sonho fosse capaz
Criar um espaço pra eu existir,
Levar emoção ao andar
Nas praias, ruas, lugar.
Luar.

Pisar com certeza, nobreza, em tudo existir...
Canções, sorrisos, pureza e seguir!
Um mundo segundo do ser,
Infinito entre o aceita e o sim
E o sim.

Não vi a importância do não,
Dormi na porta do show,
Sonhei, ser Rei,
Num livro sem autor.

Guerreiros armados por mim,
A luta é contra o dragão.
Eu, um ser,
Solidão!

Acordo em teus olhos sonhando meus dias iguais,
Nos meus as lembranças das manhãs azuis.
Empresta a certeza de ser,
Segredo da esquerda mão,
A mão...

Pois cante teus sonhos agora a vez é você
Não esquece sorrir, não use esse véu,
A vida te cobra depois,
Não aceite outra ordem qualquer,
Raquel.

Não vi a importância do não
Dormi na porta do show
Sonhei, ser Rei,
Num livro sem autor

Guerreiros armados por mim
A luta é contra o dragão
Eu, um ser,
Solidão

sexta-feira, 17 de julho de 2009

VOCÊ


O sol não ousou iluminar,
O mar não pode refletir,
O vento não bastou para espalhar,
O tempo parou de existir.

Pois enquanto o rei transcendia,
Aos olhos do céu que criou,
Na pele o vento bailava
E o sonho sabiamente a criou.

Sem que as leis ofuscassem,
Segredos na noite eu vivi!
Sorrindo o riso do louco,
O pouco instante que a vi

E entre toques, mãos sedentas,
Corpos nus gerando no escuro,
Calo em tê-la a meu lado...
Sol do passado, verão no futuro!

terça-feira, 16 de junho de 2009

SONHO


Se todas as luzes se apagassem,
E nas trevas total eu me encontrasse,
Bastaria apenas um instante para te encontrar.

Seguiria a poeira cintilante,
Que somente teu coração amante,
Consegue deixar ficar.

E nem o meu dominante receio
Consegue me afastar do meio
Em que o teu amor envolve

E por mais longe que eu vá
A vida me devolve,
Por ser tão grande esse amor!

domingo, 14 de junho de 2009

O TEMPO


Um sentimento estranho no peito,
Sem tempo, fora dele e perto da dor!
Talvez por ser sonhador, e sem jeito
Ferido por lembrar épocas, momentos...amor!

É viver olhando o atrás por ruas, esquinas e sombras
Que ainda não desfizeram a forma,
E buscar em qualquer beco, um canto que a luz clareia
Ou, mesmo o sentido,
Que pra compor me incendeia.

Negar o sentimento que habita o tolo e distraído
É se atirar no rio, e não se molhar!
Por vezes ao rio ou o mar
Que banha as rochas, sem nada, sem sentido, sem se importar!

Viver assim, envolvido pela emoção,
É sina do triste poeta que sofre,
A dor que o tempo não apaga...
E saber que o tempo ainda se move!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

TRANSPARÊNCIA


Andava o homem sobre a terra, entre sonhos do querer curvado, bruscamente sobre o próprio ser, sem ver que lhe seguiam os passos, estranha figura que se arrastava pelo chão.
Aonde ia o moribundo, médico, engenheiro ou mercador, lá estava o seguidor, o não notado, o obscuro anonimato companheiro.
Um dia, por ter acordado mais cedo, bebeu da brisa, pequena medida de aragem a fé. É manhã, que bom, ninguém para me notar e não notar ninguém. Os passos ressoavam nos muros, e lá vai ele, sem rumo, espalhando com seus movimentos as folhas amarelas de outono brilhante, que no chão bailavam. Respirou profundamente, com se houvesse do útero materno saído e, ao aspirar, sentiu que algo mais saíra dele, não pela boca, mas por sua mente. Sentiu-se feliz neste instante. Percebeu o seguidor, parou e voltou-se para ele, e perguntou:
_Que fazes você a me seguir? Não percebe que vou a lugar nenhum?
_Não posso resistir, responde o seguidor, aonde vais estarei contigo, pois sou sua conseqüência meu amigo.
_Mas assim não terei descanso com você me acompanhar.
_Agora você notou-me, pois estais pronto a compreender. Não sou do mundo como você. Se estou aqui é porque aqui estais em vida longa e matéria. Eu sou tua sombra, pois você se colocou contra o sol. Se tentares me alcançar, estarás andando para trás, pois tenho a medida do tempo, distancia infinita entre você e eu; se pra frente correres estarás fugindo do que criastes e próximo do sol, da Terra, que é o meu oposto. Você me fará maior para seu desgosto.
_Que poderei eu fazer? Como resolver este impasse?
_Só há um caminho a seguir. Negue o mundo em que estás, conheça a paz do infinito, pois, estais aqui não para querer o grito, mas para a Paz servir. O caminho é dentro de ti, buscar o saber sem querer e, da fonte deixar a água fluir, oferecer sem teimar, saciar a sede do mundo nebuloso... Assim deixaras de ser nesta terra um sol preguiçoso.
_Mas se não aceitarem o que ofereço?
_Da compreensão depende o momento. Quem nega o saber que pague o preço. Quem não espalhar luz, na sombra ficará. Assim caminhe em outra direção ou fique onde estás, pois, não dependes de teu corpo para à distancia poder brilhar.
O homem sobre a Terra em sua essência se fez transparência. E a sombra se desfez, e o dia agora, é dia de paz!

terça-feira, 9 de junho de 2009

DANI, A BRUXINHA.




A intrusa amiga,
Que soube sutil invadir.
A medida do tempo indeciso
E por caminhos meus descobrir.

O não "ser" uterino,
De repente nascido,
Sorrateiro menino,
Guerreiro ungido!

Esperou o meu "ser"
Parecer distraído.
Se apoderou das sementes guardadas em mim,
Caminhou pelos campos,
Onde eu havia esquecido
E, com mãos firmes,
Cultivou-as em meu jardim!

AVE NOTURNA


Quando na noite de olhos abertos não vejo
O sangue no corpo esquenta, gela meu coração!
Procuro debaixo das cobertas
Esconder meus dedos
Esconder meus medos

O pensamento me abandona desafiando
O medo que os meus olhos confirmam
Procurando uma sombra que move.

Os castelos estão formados
Príncipes negros atravessam portões
Dragões gritam no ar
Caem as muralhas
No fosso há fumaça
Eu sou apenas olhos
Apenas olhos

Ave noturna estremece meu corpo
Mas a satisfação de saber que ela voa como um sabiá
Faz o filho da noite descansar
Ave noturna
Ave noturna

Papai acende um cigarro
Ilumina o dia
No travesseiro me agarro
Meu grande quarto eu via
Tudo no lugar que eu amava

Quem sabe apenas dormia
Quem sabe apenas sonhava.

sábado, 23 de maio de 2009

ESPERAR


Sem sonhar, sem lembrar.
De amar ou o que sonhou
Só sentir quando acordou
A dor do só.
Só acordou.

Não há luz que faça o claro
O sol de por se tornou raro
Nada vive, não há som.
Nem pra ferir qualquer razão.

Há instante de tempo eterno
Entre a pele sofrida e o açoite,
Da dor da vida ao natimorto
Lâmina fina que separa o dia da noite.

Se dia for, anoitecer.
Se noite... Clarear!

Esperar...Esperar...Acontecer!
De olhos abertos caminhar, espiar.
No portão um dia alguém bater
Eu moro aqui, só...Sozinho!

Nas imagens invasoras de mentes,
Meu corpo sentiu lembranças do mar.
Sons e cores de tempos menino
E Eu? A convidei para entrar.

MINHA DAMA



Minha dama caminha no céu
Com os pés suspensos no azul.
E a luz que furta das reais
Seminova lhe faz.
E para nós os mortais, o que restará?
Se o sol não brilhar,
Se não houver o por vir,
Vou iludindo o pensamento,
Guiado por olhos ladinos
E te procurar sorrindo para o meu ser...
E ser seu lugar, porto, destino!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Lembranças



Cavaleiros das manhãs,
Senhores dos 4 cantos,
Passeiam pela sala
A mando de meu sonho.

E digo que a mesa é repleta
É cinza na barra do horizonte...
Pai e mãe com sorrisos sem cor
Servem os olhos grandes fixos no rosto.

Fogueira acesa no canto da mesa, ela tem 16
Rapidez imaginação e encanto, ele não é nenhum santo!
Meia de seda esgarçada, vida cansada enfim!
Exala da boca pesada grave voz...”senhor tenha pena de nós”.

Louco



Teu rosto por traz de uma folhagem eu vi,
Mas não provei que era real.
Passou outro dia por mim e me trouxe perfume,
E eu não há vi na realidade.

As marolas do rio apagaram teu rosto.
Que loucura a minha!
Ter quase nada sem nada ter.
Por isso eu corro, morro...
deito nas calçadas, te sinto, te vejo... quando quero!

Então sorria,
Não faz mal que me chamem de louco,
Louco fico quando atiram pedras no rio e desmancham seus cabelos!!!